sexta-feira, 30 de julho de 2010

A Importância da Leitura e o que é literatura


A leitura oferece ao homem uma ferramenta para sociabilizar-se com os demais. Proporciona ao homem a possibilidade de que ele acumule conhecimentos à medida que sua leitura progrida. O relacionamento do homem com o livro, a melhor ferramenta condutora de conhecimento, deve começar desde cedo. Mesmo que esse relacionamento seja “passional”, haja vista que todas as crianças, para compreender como as coisas funcionam, sentem a inevitável necessidade de desconstruir as coisas que têm em mãos. Sendo assim, os livros não haveriam de escapar a esse destino.
No princípio o livro é aberto, apreciado, jogado no chão, arrastado no chão em movimentos semicirculares, suas folhas são arrancadas e, por fim, é rasgado. Assim sofre o livro nas mãos do homem enquanto ele não entende que o livro lhe será presente e necessário ao curso de sua vida.
A leitura começa gradualmente. Primeiro, mais imagens que palavras. Palavras poucas, simples e fáceis. Fazendo assim que o desejo pelo livro, que o amor ao livro seja cultivado. Em um segundo momento as imagens tornam-se menos e as palavras mais. Às vezes menos compreensíveis, fazendo assim um hábito comum a consulta ao dicionário. Mais a diante as imagens somem sobrando apenas as palavras.
Os livros precisam caminhar com o homem a medida que ele cresce. Quando pequenos, os livros de fábulas trazem as crianças a um mundo imaginário onde elas se sentem confortáveis, onde não se precisa conhecer a realidade do mundo que nos cerca. Quando se está crescendo a leitura precisa mudar com o advento das mudanças que se passa nesta época da vida: Estórias de aventura, de super-heróis, de pessoas simples mais próximas a sua realidade. E mais a frente um pouquinho, por quê não tratar de sexo, drogas e rock’nd roll e o quanto essas coisas podem nos afetar a vida. Nesta época é bom deixar de ler estórias para se ler histórias. Não podemos esquecer os clássicos da literatura que nem sempre amamos, mas tanto deles precisamos.
A adolescência é um momento que se tem várias opções de leituras: revisas em quadrinhos, livros de estórias fabulares de bruxos de terras longínquas, clássicos e literatura nacional, literatura internacional, poesia, crônicas, revistas pornográficas (embora isto pareça uma regressão à infância onde as imagens tornam-se mais importante que as palavras) e outras mais que não me vêm a mente no presente momento.
Neste período é onde surgem as primeiras manifestações acerca da criação literária. Seja ela associada à escrita em diários, às poesias a namorada, às cartinhas de amor ou às vozes caladas de protesto e solidão. É onde se começa e dizer, calado, com as palavras o que se sente ou o que não se tem coragem de verbalizar. A música é outra forma de inserir esse hábito na vida dos adolescentes.
Quando chega a idade adulta, e com ela a responsabilidade de preocupar-se como futuro, os hábitos de leitura começam a cambiar. A leitura começa a tornar-se significativa, não obstante que ela não o tenha sido até então, entretanto ela passa a focar-se em um objetivo conciso e resoluto levando consigo a relevância do profissionalismo e da formação profissional do indivíduo. Sendo esta leitura, dada como acadêmica.
A importância da leitura está inserida no quão prazeroso é a leitura para o leitor. Neste âmbito a leitura é importante para o conhecimento de mundo, para a acréscimo de informações do leitor que poderá ser explorado por ele mais a frente em suas relações sociais, profissionais, acadêmicas, etc. Ao leitor que não se atém apenas a uma dada leitura, está fadado a ele de conhecimento além de seus contemporâneos. Conhecimento este em coisas simples, como saber a grafia correta de uma palavra incomum ou não muito usada, saber o significado e o uso de vários sinônimos, para diversificar a sua escrita; como também em coisas mais aguçadas como compreender um idioma sem que seja necessário saber falá-lo, conhecer a biografia de alguém, a história de algum lugar ou de um dado período de tempo na história e outros conhecimentos mais.
A leitura abre portas que nem sempre podemos abrir com as próprias mãos, porque nem sempre a ação física é tudo. A palavra estática em uma folha de papel pode fazer com que o leitor aproveite de uma agradável viagem sem passar pelos desconfortos que ela, por ventura, poderiam oferecer. A leitura erige pontes entre o saber, o conhecimento e aquele que tem sede por saciar-se dentro dessa fonte inesgotável que não deixa de jorrar das páginas de um livro qualquer.

O que é literatura?

Literatura é a expressão da criatividade, da cultura e das idéias que alguém tem consigo e as delibera na forma escrita, ressaltando a importância que o que foi escrito tem para a história cultural de uma nação ou sociedade comum e do idioma que rege a suas linhas.
Saber escrever todos, que são escolados, sabem. Saber dominar a escrita, utilizar as palavras de forma prazerosa, atrativa, clara e coesa é domínio de poucos.
Escrever é comum, incomum é escrever poesia, contos que prendem a atenção do leitor do início ao fim, livros que causam ciúme ao portador e versos de improviso que nos deixam maravilhados. Literatura seria também isto: Seria o incomum dentro do uso da escrita.
A escrita está conosco em nosso dia a dia, em nosso vai e vem na cidade. A literatura, embora possa parecer algo mais seleto e inacessível também nos acompanha. A literatura de cordel, além de hoje ser uma escrita de características únicas, servia às pessoas que lhe tinham acesso como canal vinculador de informação. Nascido às margens de uma sociedade dominada pelo coronelismo o cordel deu voz e vez ao homem do campo, ao homem pobre que não podia ser ouvido. Hoje é arte, embora que ainda descriminada é arte.
Como a Literatura de cordel, muitas outras literaturas surgiram como: Ilíada, Odisséia, Beowulf e o Talmude. Um dia verbalizadas e depois levadas à escrita por necessidades diversas. A literatura é simples, embora às vezes surja rebuscada. Ela passa nas mãos de homens nobres, homens comuns, homens importantes e indigentes. A literatura é imprevisível. É como ler os contos de Decamerão e ouvir o padre ensinando a uma jovem a enviar o “diabo” para o “inferno”, jamais se pensaria que isso fosse literatura, um leigo não a classificaria como tal. Mas ela é!
Hoje a literatura é taxativa e rotulada. Ser famoso e escrever best seller não influi em que o que se escreveu venha a tornar-se literatura. É preciso que ele tenha algo mais. Há de se agradar a gregos e troianos. A massa o os acadêmicos precisam contentar-se com o que está sendo lido.
Contudo, a literatura é arte. Há os que cantam, os que pintam, os que fazem filmes, os que atuam em filmes, os que fotografam. Para os que nada disso fazem há a literatura.

Por: Luis Carlos Wolfgang

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ciência em Versos de Cordel


A editora Rovelle apresenta a coleção Ciência em Versos de Cordel, do cordelista e presidente da ABLC, Gonçalo Ferreira da Silva. Autor de diversos títulos com a temática da ciência, Gonçalo Ferreira teve esse seu trabalho minuciosamente selecionado para dar origem a 12 livros infantis usando a literatura de cordel como suporte. Assina as ilustrações o artista plástico e acadêmico da ABLC, J. Victtor.
Os três primeiros livros, Corpos Celestes, Microbiologia e Naturalismo, foram lançados dia 15 de junho, no Centro Cultural da Ação da Cidadania, no Rio de Janeiro.

Veja abaixo a relação completa dos títulos da coleção e os cordéis que trazem.


Corpos Celestes
Copérnico, Vida e Obra
Galileu Galilei, Vida e Obra
Constelação, Retrospectiva Científica e Reflexões

Microbiologia
Oswaldo Cruz, o maior sanitarista brasileiro
Sabin, Vida e Obra
O Perigo Alado

Naturalismo
Darwin, Naturalista Maior
A Evolução do Homem

Natureza
Terra, o nosso planeta pede socorro
Águas primordiais
A natureza e o homem

Saúde
Discussão de Zé do Tabaco com o Doutor Saúde
AIDS, o Medo da Humanidade

Criação
A Genialidade de Leonardo da Vinci
Santos Dumont, asas para o mundo

Imprensa
Johann Gutenberg, vida e obra
A história do papel
História do computador

Astronomia
Senhor dos Anéis
Kepler, vida e obra
Laplace, momentos de um grande gênio

Mecânica
Arquimedes, o maior dos sábios da Antigüidade
Isaac Newton

Matemática
Einstein, Vida, Obra e Pensamentos
Pitágoras, a escola e os seus destinos

Pensamento
Tales de Mileto, Vida e Obra
Anaximandro de Mileto, Vida e Obra

Filosofia
Sócrates, canalizador maior do Pensamento Cristão
Vida e Obra de Arístocles chamado Platão
Aristóteles, Vida e Obra
Demócrito

terça-feira, 27 de julho de 2010

A misteriosa sabedoria oriental

João Ubaldo Ribeiro

Por não saber bem do que se trata, já que existe uma infinidade de culturas e subculturas muito diferentes entre si, mas que podem ser chamadas de orientais, sempre procuro evitar contatos mais aprofundados com a Misteriosa Sabedoria Oriental, particularmente em certas circunstâncias como, por exemplo, nas conferências que alguém sempre faz, quando se vai a um restaurante japonês. De modo geral, explica-se que a Misteriosa Sabedoria Oriental chegou à conclusão de que peixe cru é mais sadio por isso, por aquilo e por aquilo mais. Na verdade, a sabedoria oriental envolvida nisso não tem nada de misteriosa. Os japoneses inventaram maneiras atraentes de comer peixe, legumes e algas crus porque moravam e moram num arquipélago sem combustível, onde até lenha sempre foi escassa. Aí, claro, o pessoal aprendeu a comer cru e elogiar, é natural e compreensível. (Sei que tem gente que encara essa afirmação como sacrílega; cartas indignadas para o editor, por caridade.)

O setor indiano dessa grande sabedoria ? que também é variadíssimo, mas os aficionados esquecem isto ? nunca cessou de fornecer farto material, sempre superior ao que temos por aqui. Lembro um amigo maledicente que alega incapacidade para discernir o que há de superior em viver de uma dieta constituída de bosta de vaca guisada e salada de manga verde, sentado numa cadeira de pregos, na companhia de duas cobras bailarinas. Maledicência, claro, para não falar na exploração de estereótipos sem fundamento na realidade. Mas eram mais ou menos esses os ideais de algumas pessoas fascinadas pela versão indiana da Misteriosa Sabedoria Oriental com quem já conversei.

Agora, porém, creio que devo dar a mão à palmatória. A última novidade da Índia está tendo merecido destaque no noticiário. Trata-se, como vocês devem ter visto nos jornais ou na televisão, de um senhor de 83 anos que afirma estar sem comer ou beber nada há mais de 70. Os médicos que o estudam não têm elementos para contestá-lo e com certeza já deve estar havendo reuniões preliminares de pelo menos uns três grupos de interessados, para montar no Brasil centros destinados a aplicar as descobertas recém-divulgadas. Tenho até uma sugestão para o nome de uma das cadeias de jejum público que deverão surgir. Tiro o nome de “fast food”. Como “fast”, além de rápido, também quer dizer “jejum” em inglês, sugiro que a primeira cadeia se chame “Fast Fast” ? quero somente um porcentual modesto do faturamento. O mercado é amplo e, durante os quatro meses que durar a moda, imagino que teremos botecos transformados em salões de jejum, onde os iniciados poderão não comer nada em ambientes sofisticados e propícios à meditação, assim como não beber nada sentados a mesas em que apenas a conta será material. Engana-se quem duvida, bobeia quem não investir.

Em Itaparica, contudo, a novidade não fez muito sucesso. Na habitual discussão do Bar de Espanha, ela até foi recebida com acentuado ceticismo da parte dos mais velhos. Ainda persistem recordações dos tempos em que havia pequenos circos e alguns deles visitavam Itaparica. É dessa época a controvertida figura de Rama Shanut, o faquir de um circo que passou uma temporada na ilha. (O faquir não era a principal atração do circo. A principal atração era a rumbeira Chiquita Salguero, em cuja homenagem abro estes parênteses, na verdade uma sergipaninha muito simpática chamada Pureza, a cuja lembrança vários velhos corações ilhéus palpitam.) Rama Shanut não deitava em pregos, mas ficava sem comer, numa gaiola com quatro ou cinco jiboiazinhas. Sob a alcunha popular de Charuto, era bastante festejado, mas foi obrigado a retirar-se da ilha com alguma urgência, quando se constatou que, apesar de cobrar quarenta centavos por cabeça a quem queria vê-lo jejuar, ele engordou seis quilos, depois de três meses de inanição.

Além disso, a fome nunca foi bem um problema aqui na ilha, porque sempre se pode dar um jeito de catar a proteína nos mangues ou nos bancos de areia expostos pela vazante. E há certos refinamentos, inspirados, como os da sabedoria japonesa, pela aspereza das condições vigentes. Assim, muitos dos que anseiam por um lanchinho ou café, mas no momento não dispõem de recursos, recorrem à jacuba (também denominada maria lígia, nunca descobri por quê). Para fazer jacuba, prepara-se um “café” de chicória seca, mistura-se com um pedaço de rapadura para adoçar, acrescenta-se farinha, mexe-se bem e bebe-se rápido, para não dar tempo de a farinha se depositar no fundo da caneca. É a extraordinária criatividade do povo brasileiro, imagino eu.

Além disso, tivemos em nossa história exemplos como o do finado Nelsinho do Alto (nome mudado porque os parentes podem não gostar de vê-lo citado), que dedicou a vida, como ele próprio dizia, a comer de tudo um pouco, pelo menos uma vez. Há grandes discussões sobre o que ele efetivamente comeu em toda a sua trajetória, mas é certo que comeu diversos urubus. Não gostava muito, até porque o tempo de cozimento era muito longo, mas comia, creio que por uma questão de princípio. Não duvido que alguns seguidores seus ainda mantenham discretamente a tradição.

Enfim, nada de realmente novo nessa história toda, talvez apenas a reação de Zecamunista. Ao saber da novidade, ele de início não disse nada, mas depois apareceu com o anúncio de que ia entrar em contato com o indiano, a fim de disseminar sua técnica entre nossos conterrâneos e futuramente tornar a ilha um polo para quem não quiser mais comer, notadamente as mulheres preocupadas com suas silhuetas.

- Mas, Zeca, quer dizer que o pessoal aqui vai passar sem comer nada?

- É, mas sem comer ninguém nunca mais.

(O Globo)

ABL lança novo concurso cultural: "Conte o conto sem aumentar um ponto"

Devido a grande repercussão do concurso de Microcontos do Twitter da ABL, o Abletras, a Academia Brasileira de Letras lança hoje, 20 de julho, dia do seu aniversário de 113 anos, um novo concurso cultural, intitulado "Conte o conto sem aumentar um ponto", baseado na obra "A Cartomante", de Machado de Assis.

"Conte o conto sem aumentar um ponto" tem como objetivo dar um final distinto do original ao conto "A Cartomante", de Machado de Assis, utilizando-se o mesmo número de caracteres - ou inferior - que Machado concluiu seu trabalho, ou seja, 1778 caracteres.

Vale ressaltar que, para participar do concurso, o concorrente deverá ser seguidor do Twitter da ABL, o Abletras.

Saiba mais

Leia a obra A Cartomante, de Machado de Assis
Regulamento do concurso Conte o conto sem aumentar um ponto

Veja também

Twitter da ABL
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Assuntos relacionados

Resultado do Concurso Cultural de Microcontos do Abletras

Inscrição

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